Opção foi disponibilizada pela Aneel para consumidores com média mensal superior a 500kW
Lançada em janeiro de 2018 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa branca ainda é pouco conhecida pelos brasileiros, mas pode ser uma opção muito interessante para economizar. São três horários, com preços diferentes: de ponta, com custo mais caro que o normal; intermediário, com cobrança média; e fora de ponta, no qual a energia é mais barata.
Para aderir à tarifa, porém, é preciso fazer as contas e verificar se o perfil de uso da energia elétrica se encaixa no horário mais barato. Caso contrário, a modalidade pode gerar mais gastos.
“Aqueles que já consomem energia fora do horário de pico terão vantagens sem a necessidade de alterar seus hábitos. Todavia, é preciso que o consumidor avalie seus hábitos e, principalmente, a capacidade de alterá-los se necessário for”, explica a área técnica da Aneel ao site do GBrasil. “A tarifa branca não é vantajosa para consumidores que não conseguirem reduzir o consumo nos horários de pico. Nesses casos, a tarifa branca provocará um aumento dos gastos com energia elétrica.”
No Estado de São Paulo, por exemplo, o horário de ponta vai das 17h30 às 21h30; em Minas Gerais, das 17h às 20h; na Bahia, das 18h às 21h. São considerados intermediários os períodos de uma hora antes e uma hora depois do horário de maior demanda. No restante do tempo, pode ser aplicada a tarifa branca.
Exemplo de como funciona a tarifa
Usando o simulador online da distribuidora paulista Eletropaulo é possível entender como os horários influenciam na hora de optar ou não pela tarifa branca.
Em um exemplo hipotético, um escritório com 45 computadores, 45 pontos de luz com lâmpadas fluorescentes, quatro aparelhos de ar condicionado, uma geladeira de duas portas, um micro-ondas, duas cafeteiras e duas televisões consumiria cerca de 646.6 kWh por mês.
Se o local funcionasse das 8h às 18h, com a tarifa convencional a conta seria de R$ 381,24. O valor cairia para R$ 362,24 com a tarifa branca, ou seja, R$ 19 seriam poupados. Se o escritório começasse a funcionar às 7h e fechasse às 17h, a economia seria ainda maior, chegando a R$ 33,96.
Com a tarifa branca, porém, a conta subiria se o horário de trabalho estabelecido fosse das 9h às 19h. Nesse caso, a opção pela modalidade deixaria a conta R$ 19,77 mais cara.
Quem pode pedir?
Por enquanto, apenas locais consumidores de baixa tensão (127, 220, 380 ou 440 Volts) que tenham demanda mensal superior a 500 kWh podem aderir à tarifa branca. Nessa modalidade, encaixam-se residências com um consumo grande e pequenos comércios e indústrias.
Em 2019, a Aneel deve estender a opção a quem tem um consumo mensal superior a 250 kWh, e em 2020, àqueles com qualquer média de demanda.
Questionada sobre por que todos os consumidores não poderão aderir à tarifa branca já neste ano, a agência diz que busca fazer uma implantação gradativa.
“Desse modo, os efeitos poderão ser avaliados à medida que o seu uso aumentar. Adicionalmente, uma migração em maior escala poderia resultar em problemas operacionais para as distribuidoras e falta de equipamentos”, justifica a área técnica da Aneel.
Como aderir
O consumidor que quiser optar pela tarifa branca tem que contatar a distribuidora regional e pedir para que seja feita a alteração na cobrança. Ele não terá de pagar nada a mais pelo novo medidor e sua instalação.
Tanto a adesão à tarifa branca quanto a volta à convencional têm de ser atendidas em até 30 dias pela distribuidora. Após retornar ao modelo de tarifação regular, uma nova adesão à tarifa branca só será possível após o prazo de 180 dias.
Fonte: GBrasil